Poesias de Dom Pedro II/51
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A BORBOLETA E A FLOR.
Poesia de Victor Hugo.
Dizia a pobre flor á celia borboleta
Nāo vae, nāo!
Vês tu de nossa sorte tāo differente meta?
Fico e em vāo!
Amamo-nos comtudo, e d’homens nós gozamos
Isençāo,
E ambos parecidos dizem semelhamos
Só um botāo;
Mas o ar te leva, e a terra m’encadeia,
Fim cruel!
Voáras, e de meus ais, qual balsamo, bem cheia.
Té o ceu,eu fiel.
Mas nāo, vaes demais longe,e em flores numerosas
Fugindo és.
E fico-me só, a ver as sombras buliçosas
Sempre a meus pés.
Foges; voltas; depois vaes tu ainda
Por la brilhar.
Tambem m’encontrarás, se mais uma aurora é vinda,
Toda a chorar.
Ah! P’ra que a nosso amor fieis corrão os dias,
Oh meu rei!
Enraiza commigo, ou azas erradias
Dá-me e voei.
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