Poesias de Dom Pedro II/32
Appearance
[ 44 ]
A TERRA NATAL.
Soneto de Rigaud, dedicado á aldêa de Pourrières.
Nescio quà natale solum dulcedine cunctos
Sumit et immemores non sinit esse sui.
(Ovid. Pont. ep. 3. )
Paizinho, onde o céo me fez nascer;
Onde meus avós dormem juncto á cruz;
Onde como ninguem fez-me aprender
Meu pae tudo o que sei e devo crer.
Tecto humilde, que folgo de rever;
Torrinha, que de longe terna luz;
Monte, onde vejo o sol a se esconder;
Valle, onde o amor primeiro me seduz;
Vós, caros sitios, de que zelo a imagem;
Patrio aroma, e do jovem só miragem;
Paz dos campos que applaca-nos a mente;
Eis que vos acho ao declinar da vida!
Que vale pois riqueza appetecida?
Tudo é sonho; mas vós dita sómente.
![]() | ||||
Original: |
| |||
Translation: |
|