Poesias de Dom Pedro II/28
Appearance
[ 40 ]
SONETO.
Por Sully Prudhomme.
A Ursa, archipelago de mar sem praias,
Muito antes de ser vista scintillava,
Inda o pastor chaldêo nāo vagueava,
E, alma anciosa, o corpo nāo ensaias.
Innumeros vêem, por tempo que nāo tem raias,
Sua remota luz que já os deslumbrava;
Indifferente á vista que a scrutava,
Brilhará a Ursa, quando, oh ultimo morto, caias!
Nāo tens feiçāo christāa , espanto és do crente,
Fatal figura, de rigor algente,
Sete aureos cravos em panno enlutado.
Teu medido vagar, frigida luz,
Vem turbar minha fé, e isto m՚induz
A ver porqu’eu á noite tenho orado.
![]() | ||||
Original: |
| |||
Translation: |
|