Poesias de Dom Pedro II/26
Appearance
[ 38 ]
SONETO.
Por Sully Prudhomme.
É tarde; o astronomo em noites continuadas,
Da torre e no ceu onde o som se esvae,
Busca ilhas d’ouro e quando a noite cahe
Vê brilhar infinitas alvoradas.
Voam mundos, sementes peneiradas;
Formigam nebulosas, leite que se extrahe;
E ao astro que crinito pelos ares sahe
Cita que volte, éras mil passadas;
E volta o astro. Um passo ou um instante
Nāo póde á eterna sciencia elle roubar.
Vae-se o homem, mas a humanidade é constante;
Movel a vista, sempre anda a velar;
E, embora esteja á volta já abolida,
Vigia a verdade só na alta guarida.
![]() | ||||
Original: |
| |||
Translation: |
|