This page has been proofread.
48
O BEIJA-FLOR.
Soneto por Leconte de l’Isle.
O verde beija-flor, rei das collinas,
Vendo o rocío e o sol brilhante
Luzir no ninho, trança d’ervas finas,
Qual fresco raio vae-se pelo ar distante .
Rapido vôa ao manancial vizinho,
Onde os bambús susurrāo como o mar,
Onde o açoká rubro, em cheiros de carinho ,
Abre, e eis no peito humido a fuzilar.
Desce sobre a aurea flor a repousar,
E em rosea taça amor a inebriar,
E morre nāo sabendo se a póde esgotar!
Em teus labios tāo puros, minha amada,
Tal minha alma quizera terminar,
Só do primeiro beijo perfumada!